quarta-feira, 4 de maio de 2011





AMAMENTAÇÃO: Recomendações quanto aos cuidados na prevenção de doenças transmissíveis no aleitamento materno.


O leite materno, além de seus nutrientes, contém, em sua composição, uma complexidade de células, membranas e moléculas que atuam na proteção do recém-nascido. Na mulher em lactação, o sistema denominado enteromamário ou bronco mamário atua quando os patógenos (bactérias) entram em contato com as mucosas do intestino ou aparelho respiratório e são fagocitados pelos macrófagos. Com isso, desencadeia-se uma ação estimulante nos linfócitos T, promovendo diferenciação dos linfócitos B produtores de imunoglobulinas A. Os linfócitos migram para a glândula mamária e, com a mediação de citosinas, tornam-se células plasmáticas que produzem uma glicoproteína que é acoplada à Ig A, convertendo-se em imunoglobulina A secretória. Esta é uma função importante e específica de proteção do recém-nascido conferida pelo leite humano.
O aleitamento materno, pelas inúmeras vantagens que traz tanto para a mãe como para o recém-nascido, é reconhecido como a melhor forma de alimentação da criança. Entretanto, doenças envolvendo tanto a mãe quanto o recém-nascido podem constituir obstáculos para a amamentação. Nessas circunstâncias, é importante que o profissional tenha habilidade, conhecimento técnico e atitude acolhedora para avaliar adequadamente a viabilidade do aleitamento. A nutriz, ao apresentar sintomas de uma doença, geralmente já expôs seu filho ao agente patogênico, e a orientação geral é manter o aleitamento.
Embora o leite humano contenha anticorpos, células mononucleares e outros fatores de proteção, em algumas doenças maternas ele pode funcionar como possível fonte de infecção para a criança.
Algumas doenças não infecciosas podem impedir o aleitamento materno temporária ou definitivamente devido às condições físicas da mãe, tais como doenças cardíacas, renais e hepáticas graves, psicose e depressão pós-parto grave.

Infecções por vírus:

Em várias doenças virais maternas, tais como hepatite, herpes vírus, sarampo, caxumba e rubéola, dentre outras, pode haver excreção de vírus no leite humano. Porém, exceto para as infecções causadas pelos retrovírus. Vírus da imunodeficiência humana (HIV), a transmissão por essa via tem pouco valor epidemiológico.
Na maioria das doenças viróticas maternas, outras fontes de contaminação para o recém-nascido devem ser avaliadas antes de se atribuir essa possibilidade apenas ao aleitamento. O risco de transmissão pode estar aumentado nos casos de infecção aguda no momento do parto, uma vez que o leite pode conter elevada concentração de partículas virais e baixos títulos de anticorpos protetores capazes de neutralizar o agente infeccioso.
A transmissão de retrovírus RNA, incluindo HIV-1, HTLV I e HTLV II, já foi demonstrada. O vírus HIV também poder ser transmitido da mãe para o filho, mas o papel do aleitamento na transmissão via leite humano ainda não está bem estabelecido. Até certo ponto, é surpreendente que o leite materno não seja mais infectante, especialmente com o volume consumido diariamente pelo lactente em aleitamento materno exclusivo. Portanto, isso leva a supor que devam existir mais fatores de proteção no leite humano além dos já conhecidos.

Infecção pelo HIV

O HIV é excretado livre ou no interior de células no leite de mulheres infectadas, que podem apresentar ou não sintomas da doença. Cerca de 65% da transmissão vertical do HIV ocorre durante o trabalho de parto e no parto propriamente dito; os 35% restantes ocorrem intra-útero, principalmente nas últimas semanas da gestação e por intermédio do aleitamento materno.
A carga viral no leite materno é um importante determinante do risco de transmissão.
No recém-nascido, a porta de entrada do vírus são as mucosas nasofaringe e gastrintestinal. Durante o aleitamento materno, a transmissão do vírus pode ocorrer em qualquer fase, porém parece ser mais frequente nas primeiras semanas e, especialmente, nas infecções maternas mais recentes. A carga viral no colostro ou leite inicial é significativamente mais elevada que no leite maduro. O aleitamento misto parece ser de maior risco do que o aleitamento materno exclusivo, pelo maior dano à mucosa gastrintestinal decorrente da alimentação artificial, que favorece a penetração do vírus. O risco adicional de transmissão do vírus pelo leite humano varia de 5 a 20%.
A utilização de terapêutica antirretroviral durante a gestação e o parto e sua manutenção em recém-nascidos resulta, mesmo se mantido o aleitamento materno, em redução da transmissão vertical do HIV por até seis meses após o parto.
No entanto, a infecção pelo HIV é uma das poucas situações onde há consenso de que a amamentação deve ser contraindicada. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que as mães portadoras do vírus HIV não amamentem.
Porém, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) recomendam que, em países pobres, onde doenças como diarreia, pneumonia e desnutrição contribuem substancialmente para elevadas taxas de morbimortalidade infantil, o benefício do aleitamento materno deve ser considerado em relação ao risco da transmissão do vírus HIV.
Nesses casos, e na impossibilidade de oferta de uma alimentação artificial adequada, é preferível manter a amamentação, haja vista seus benefícios para o lactente vivendo sob condições precárias.
A inativação do vírus HIV do leite materno pelo processo de pasteurização (62,5 ºC por 30 minutos, seguido de resfriamento rápido) permite que a criança continue a receber o leite materno sem aumentar o risco pós-natal do vírus.

Hepatites A, B e C.

Os vírus das hepatites A, B e C podem ser transmitidos para a criança durante a gravidez, parto ou período pós-parto.
Os vírus de transmissão oral-fecal, como o da hepatite A, têm maior possibilidade de serem transmitido são recém-nascido no momento do parto. Além disso, o vírus da hepatite A pode ser excretado no leite humano de nutrizes na fase aguda da doença. Quando o parto ocorre nessa fase da doença, a criança deve receber imunoglobulina anti-HVA na dose de 0,02 ml/kg como profilaxia. Essa conduta é indicada para todas as crianças, independentemente da amamentação, e confere proteção que supera o risco da criança adquirir a doença. Assim, o aleitamento materno não é contraindicado. Os vírus das hepatites B e C são transmitidos pelo contato com sangue e secreções genitais. A maior via de transmissão do vírus da mãe para a criança é a exposição do bebê ao sangue materno, que acontece durante todo o trabalho de parto e no parto.
Mãe soropositiva para HBsAg durante a gravidez determina a necessidade de a criança receber a primeira dose da vacina logo após o parto e imunoglobulina hiperimune da hepatite B (HBIG) na dose de 0,5 ml via intramuscular (IM) nas primeiras 12 horas de vida, aplicadas concomitantemente, mas em locais diferentes. A eficácia dessa conduta é de 95% e elimina o eventual risco de transmissão pelo leite materno. Quando a mulher não foi testada para o HBsAg ou essa informação não está disponível, o exame deve ser solicitado logo após o parto. Enquanto se aguarda o resultado, o recém-nascido deve receber a primeira dose da vacina. Se o resultado do exame for positivo, a imunoglobulina deve ser aplicada o mais cedo possível, dentro dos primeiros sete dias após o parto. No entanto, se a pesquisa de HBsAg não for possível, não se justifica dar imunoglobulina para todos os recém-nascidos, já que a vacina isoladamente é bastante eficaz na prevenção da doença em 70 a 90% dos casos.
No parto de gestante HBsAg-positiva, orienta-se lavar bem o recém-nascido, retirando todo vestígio de sangue ou secreção materna. Por outro lado, mesmo que a mãe apresente fissura mamária com sangramento, não se contraindica a amamentação.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que recém-nascido pré-termo com peso menor que 2.000 g e filho de mãe HBsAg-positiva deve receber o esquema vacinal de quatro doses (ao nascimento, com 1, 2 e 6 meses de vida), além da imunoglobulina. Se o esquema proposto não for iniciado no período neonatal, então a criança deverá receber as três doses habituais de vacina. Em todas as situações, o aleitamento materno deve ser recomendado.
O Comitê de Doenças Infecciosas da Academia Americana de Pediatria recomenda que as mães sejam informadas a respeito do risco teórico, ainda não confirmado, de transmissão do vírus para a criança via leite materno. A decisão de amamentar deve ser particularizada para cada caso, em que pese ao papel da amamentação na vida dessa criança, pois não se sabe ao certo o papel do aleitamento na transmissão desse vírus para a criança.

Herpes simples

O recém-nascido pode ser contaminado com herpes simples intra-útero pela via hematogênica transparentaria, durante o parto (a via mais frequente) ou no período pós-natal.
O risco de contaminação neonatal é maior para infecção primária ou não primária se ocorrer no último mês da gestação. Porém, na última semana antes do parto, a transmissão é baixa para doença recorrente. O risco de transmissão do vírus pelo leite materno é muito baixo. No acometimento da nutriz pelo herpes, o aleitamento materno deve ser mantido, exceto quando as vesículas herpéticas estiverem localizadas na mama. Lesões ativas em outras partes do corpo devem ser cobertas, recomendando-se rigorosa higiene da nutriz para que o aleitamento seja mantido.
Cuidados adicionais devem ser tomados quando houver vesículas em face e dedos e com outras fontes de vírus herpes simples, como a gengiva estomatite, em outros familiares. Se houver suspeita ou se for confirmado que o recém-nascido tenha infecção por herpes simples, ele deve ser isolado de outras crianças, mas não de sua mãe. Há relato de caso de criança de 15 meses de idade que foi contaminada com a doença por um irmão de cinco anos com gengiva estomatite. A mãe foi contaminada pela criança em ambos os seios durante a amamentação.


Infecções por bactérias:

Tuberculose

Para mães com tuberculose, as recomendações para amamentação dependem da época em que foi feito o diagnóstico da doença.
Segundo a OMS, não há necessidade de separar a mãe da criança e, em circunstância alguma, a lactação deve ser impedida. O bacilo de Koch excepcionalmente é excretado pelo leite materno, e, se houver contaminação do recém-nascido, geralmente a porta de entrada é o trato respiratório. Assim, mãe com tuberculose extra pulmonar não necessita de cuidados especiais para amamentar.
Segundo a Academia Americana de Pediatria, recém-nascido de mãe com tuberculose pulmonar em fase contagiante ou bacilífera, sem tratamento ou com menos de três semanas de tuberculostáticos no momento do parto, deve ser separado da mãe, mas alimentado com o leite humano ordenhado, uma vez que a transmissão geralmente se dá pelas vias aéreas.
A mãe deve realizar pesquisas do bacilo álcool-ácido resistente no escarro até sua negativação, quando poderá ter contato com o bebê. Este deve receber quimioprofilaxia com isoniazida, então, realizar o teste tuberculose início (PPD). Se o teste for positivo, está indicado rastrear a doença através de exame clínico e radiológico. Se não se detecta infecção ativa, mantêm-se a vigilância e a quimioprofilaxia até o sexto mês, quando se aplica o BCG-ID. Se o PPD for negativo aos três meses de idade, a quimioprofilaxia pode ser interrompida e o BCG-ID pode ser aplicado, mantendo-se a vigilância clínica.
Em situações onde há risco de não acompanhamento do bebê em uso de quimioprofilaxia com isoniazida, é mais seguro indicar a vacinação com BCG-ID concomitante.
Segundo a OMS, a amamentação deve ser mantida, porém deve-se diminuir o contato íntimo mãe-filho, além de se tomar os seguintes cuidados: amamentar com máscara ou similar, lavar cuidadosamente as mãos, rastrear os comunicantes, especificamente os domiciliares. Administrar ao recém-nascido hidrazida durante seis meses.
Após o término da quimioprofilaxia, vacinar com BCG-ID. A amamentação deve ser mantida durante todas as etapas. Em mãe em fase não contagiante da tuberculose cujo tratamento foi iniciado há mais de três semanas não há restrições quanto ao aleitamento materno, sendo indicado vacinar o bebê com BCG-ID ao nascer. Nos casos em que o diagnóstico de tuberculose materna for feito após o início da amamentação, o lactente deve ser considerado potencialmente infectado e receber quimioprofilaxia. A amamentação deve ser mantida, pois a administração de drogas tuberculostáticas para o tratamento da mãe não contraindica o aleitamento.

Hanseníase

A hanseníase é uma doença infecciosa de curso crônico, alta infecciosidade e baixa patogenicidade. Apresenta um quadro clínico variável, que depende basicamente da resposta imunológica celular do indivíduo. A transmissão da doença ocorre pelo contato pessoal, preferencialmente prolongado, por meio das secreções nasais e da pele. O bacilo pode ser isolado no leite materno nos casos de doença de Hansen não tratada, bem como em pacientes com duração do tratamento inferior a três meses com sulfona (dapsona ou clofazamina) ou inferior a três semanas com rifampicina. Lesões de pele na mama também pode ser fonte de infecção para o recém-nascido. Não há contraindicação para a amamentação se a mãe estiver sob tratamento adequado. O recém-nascido deve ser tratado o mais precocemente possível e
Simultaneamente com a mãe. As drogas utilizadas são as mesmas da mãe e podem passar para o leite humano em baixas concentrações, não havendo relato de efeitos colaterais graves. A criança deve ser acompanhada e realizar exames clínicos periódicos para a detecção precoce de possíveis sinais da doença. Além disso, são recomendados os seguintes cuidados na amamentação: lavagens rigorosas das mãos, e uso de máscara ao manusear a criança e oclusão de lesões nas mamas. A mãe contagiante ou bacilífera (não tratada ou tratada há menos de três meses com sulfona ou três semanas com rifampicina) deve evitar contato com o filho.

Infecções por parasitas:

Malária

Como a malária não é transmitida entre humanos, a amamentação pode ser mantida se as condições clínicas da mãe permitir. Não há nenhuma evidência indicando que a malária possa ser transmitida pelo aleitamento materno.
Em mães que necessitam tratamento, cloroquina, quinina e tetraciclina são recomendados. Sulfonamidas devem ser evitadas no primeiro mês de lactação. Portanto, mãe com malária e em lactação pode amamentar durante o tratamento com drogas específicas.

Doença de Chagas

Nas formas aguda e crônica da doença de Chagas, estudos mostram que o Trypanosoma cruzi pode ser isolado no leite materno.
Embora possam aparecer sequelas tardias, a doença aguda no lactente tende a evoluir de forma benigna. Esse fato, juntamente com a raridade da transmissão da doença, justifica a manutenção do aleitamento materno em mulheres com a forma crônica da doença, exceto se houver sangramento e fissura no mamilo. Nos casos de doença aguda, a nutriz não deve amamentar. Experimentos em laboratório, utilizando amostras de leite humano contaminadas com o protozoário e testadas em diferentes condições, demonstraram que a pasteurização do leite previne a transmissão da doença.

Infecções por fungos:

Paracoccidiomicose

Doença granulo matosa sistêmica causada por fungo, cuja transmissão se dá provavelmente por via respiratória.
Não há contraindicação para o aleitamento materno se esta doença acometer a nutriz. Entretanto, é importante lembrar que o cotrimoxazol, comumente usado no tratamento, é excretado no leite materno e pode causar efeitos colaterais graves no recém-nascido.





Criptococose






Doença causada por fungo, com distribuição ampla na natureza.
Pacientes com deficiência da imunidade celular, incluindo os portadores de HIV/AIDS, são os de maior risco para desenvolver a doença.
A transmissão de partículas no meio ambiente é pela via aerossol, não havendo relato da forma inter-humana. Assim, o aleitamento materno não é contraindicado.





"Em virtude da possibilidade da transmissão de doenças através do aleitamento materno, o profissional de saúde, ao identificar uma puérpera com infecção viral ativa ou outra doença infecciosa, precisa avaliar a necessidade de suspender ou não a amamentação. Esse acontecimento pode ser um fato constrangedor e traumático, tornando necessária a participação do profissional de saúde no esclarecimento de dúvidas e auxiliando a puérpera a compreender os motivos pelos quais o aleitamento foi suspenso."


SISTEMA MUSCULAR
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.
Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo.
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.
Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo.
Estriado esquelético
Miócitos longos, multinucleados (núcleos periféricos).
Miofilamentos organizam-se em estrias longitudinais e transversais.



Estriado cardíaco
Miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais.
Células alongadas, irregularmente ramificadas, que se unem por estruturas especiais: discos intercalares.
Contração involuntária, vigorosa e rítmica. Liso
Miócitos alongados, mononucleados e sem estrias transversais.
Contração involuntária e lenta.
Musculatura Esquelética
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal.

Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam a seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta.
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados.
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio.
As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e miosina variam ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara – a banda H – que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão.

1- Bandas escuras (anisotrópicas – banda A).
2- Faixas claras (isotrópicas – banda I, com linha Z central).
3- Núcleos periféricos.
Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.

A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.

Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas.

A química da contração muscular

O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, o que faz cessar a contração.

A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis).
A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir apenas alguns segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de energia nas células musculares é uma substância denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). Dessa forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela respiração celular é armazenada como fosfocreatina (principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra muscular necessita de energia para manter a contração, grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares como combustíveis.

Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra muscular mostra, em seqüência, os seguintes eventos:
1. O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para o citoplasma.
2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP ásica, isto é, desdobra o ATP, liberando a energia de um radical fosfato:
3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos de miosina, caracterizando o encurtamento das miofibrilas.






ANATOMIA HUMANA



Anatomia é a parte da biologia que estuda a forma e a estrutura dos seres organizados, bem como as relações entre os órgãos que se constituem. É uma palavra de origem grega que significa cortar em partes (ana : cortar e tomia: em partes). Em português temos para o mesmo significado a palavra “dissecação”.
A posição anatômica considera que a região anterior do corpo humano seja o indivíduo com os braços ao longo do corpo e as palmas das mãos voltadas para frente.






A anatomia pode ser dividida em partes essenciais:

Citologia: estudo das células
Histologia: estudo dos tecidos do corpo humano
Osteologia: estudo do esqueleto
Miologia: estudo dos músculos
Angiologia: estudo do coração e vasos (artérias, veias e linfáticos).
Neuroanatomia: sistema nervoso
Estesiologia: órgãos sensoriais
Esplaninologia: estudo das vísceras
Endocrinologia: estudo das glândulas endócrinas
Tegumento Comum: pele e seus anexos
Artrologia: estudo das articulações

Planos Anatômicos:

- Plano Sagital: secção ântero – posterior (divide o corpo em lado direito e esquerdo)
- Plano Horizontal, transverso ou axial: divide o corpo em superior e inferior (caudal e cranial).
- Plano Frontal ou coronal: divide o corpo em anterior e posterior.

Termos de relação:

- Anterior: ventral
- Posterior: Dorsal
- Superior: Cranial
- Inferior: Caudal

Termos de Comparação

- Superficial: tudo o que está mais para fora do corpo. Exemplo: pele.
- Profundo: tudo o que está mais fundo. Exemplo: ossos.
- Lateral: mais afastado do plano sagital.
- Medial: mais perto do plano sagital

Outros Termos Utilizados:

- Médio ou intermédio: entre estruturas ímpares
- Mediano: no meio, próximo ao plano mediano.
Mão:
- Região Palmar: anterior
Região Dorsal: posterior

Pé:
- Região Plantar: inferior
- Região Dorsal: superior

Organização do Corpo Humano e Unidades Estruturais:

O corpo humano é constituído por pequenas unidades chamadas células. Uns grupos de células especializadas compõem um tecido. Um grupo de tecidos formam os órgãos que, por conseguinte formam um sistema.
Sistemas é a combinação de órgãos que em conjunto desempenham funções com um objetivo. Os sistemas do corpo humano são:
Sistema Esquelético, Muscular, Cardiovascular, Respiratório, Endócrino, Linfático, Urinário, Tegumentar, Digestório, Articular e Reprodutor.

OSTEOLOGIA:

É o estudo dos ossos que compõem o esqueleto humano, cerca de 205 ossos.
Esqueleto Axial: ossos da cabeça, pescoço e tórax.
Esqueleto Apendicular: ossos dos membros superiores e inferiores.

Função dos Ossos:

- Sustentação do corpo;
- Proteção: protegem os órgãos vitais do corpo humano, atuando como uma “armadura”;
- Hematopoiese: sua medula origina células sanguíneas;
- Cálcio: os ossos acumulam cálcio promovendo a troca desses íons;
- Movimento: auxiliam no movimento do corpo humano.

Segundo sua forma, os ossos podem ser:

- Ossos Longos: Maior comprimento que largura e apresentam canal medular. Ex: úmero.
- Ossos Curtos: Suas dimensões principais são aproximadamente iguais. Ex: Ossos do carpo.
- Ossos Planos ou Chatos: São delgados, a largura e o comprimento são maiores que a espessura. Ex: escápula.
- Ossos Irregulares: Sem forma definida, não se incluem em outras classificações. Ex.: vértebras.
- Osso Alongado: Mesmas características do osso longo, porém não possui canal medular. Ex: costelas.
- Ossos Pneumáticos: São ossos ocos, com cavidades cheias de ar, apresentam pouco peso em relação ao seu volume. Ex: Frontal.

Divisão dos Ossos Longos:

Os ossos longos possuem um corpo, duas extremidades usualmente articulares e uma porção onde ocorre o crescimento ósseo.
As extremidades são as epífises ósseas, o corpo chamamos de diáfise e a zona de crescimento ósseo denomina-se metáfise.
O corpo de um osso longo é um tubo de osso compacto cuja cavidade chama-se medular onde contém medula óssea.

Constituição de um Osso:

- Periósteo: tecido conjuntivo fibroso que reveste a superfície externa do osso, exceto as superfícies articulares. (que são revestidas por cartilagem hialina).
- Endósteo: tecido conjuntivo delicado que reveste as cavidades do osso, incluindo os espaços e cavidades medulares.
- Tecido Ósseo Esponjoso: formado por trabéculas ósseas, que delimitam os espaços intercomunicantes ocupados pela medula óssea.
- Tecido Ósseo Compacto: É uma massa sólida, onde predomina o cálcio em sua composição, na qual os espaços só são visíveis ao microscópio.
-Medula Óssea: Estrutura mole que preenche as pequenas cavidades de tecido esponjoso e que nos ossos longos está contida numa cavidade central chamada cavidade medular. Compreende dois tipos:
Medula Óssea Amarela: é encontrada na diáfise dos ossos longos, é composta de tecido conjuntivo formado por células adiposas.
Medula Óssea Vermelha: localiza-se nas epífises de certos ossos longos, ricamente vascularizada, consiste em células sanguíneas e suas precursoras. Tem como função a formação de diversas células sanguíneas: eritrócitos (transporte de oxigênio), leucócitos (glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo), megacariócito (células com núcleo grande, cujos fragmentos formam as plaquetas, que, são necessárias na coagulação sanguínea).

Células Ósseas:

- Osteoblastos: atuam na síntese da matriz óssea
- Osteoclasto: atuam na reabsorção óssea
- Osteócito: são as células do osso maduro.

Propriedades Físicas:

Os ossos são rígidos e elásticos. Resistem às forças de tensão e de pressão e podem suportar cargas estáticas e dinâmicas muitas vezes maiores que o peso do corpo.
A rigidez do osso resulta da deposição de uma complexa substância mineral nas matrizes orgânicos, principalmente complexos de fosfato de cálcio que pertencem ao grupo mineral apatita.








Enfermeiro em Casa


O serviço de enfermagem em casa consiste na ida de um enfermeiro especializado à residência do enfermo para garantir os cuidados de saúde necessários sem sair de casa. O Enfermeiro em realiza, no conforto do seu lar, e todos os procedimentos que um enfermeiro graduado faria no hospital. Atendimento globalizado em todas as áreas da enfermagem, focando sempre a saúde e o bem estar.

Cuidados de saúde prestados:

Na enfermagem em domicílio o cliente tem acesso a todo o serviço de saúde passível de ser efetuado na residencia, como por exemplo:
•Consulta de Enfermagem
•Visita Domiciliar
•Cuidados e acompanhamento de enfermos em hospitais, clinicas e viagens
•Acompanhamento para exames em geral
•Medição de pressão arterial e sinais vitais
•Administração de medicamentos, injeções e vacinas
•Soroterapia: aplicação, retirada e vigilância
•Instalação e cuidados gerais com sistema de oxigenoterapia
•Prestação de cuidados de higiene
•Curativos
•Inserção, troca e retirada de sondas em geral
•Teste de glicemia capilar
•Aspiração de secreções
•Clister de limpeza
•Extração de fecaloma
•Instalação, controle, troca e cuidados com nutrição parenteral.
•Troca de bolsa de colostomia, ileostomia e jejunostomia (estomas em geral)
•Troca e cuidados com frascos de drenagem torácica
•Coleta de sangue
•Coleta de urina/fezes/secreções
•Retirada de Pontos
•Punção venosa
•Cuidados com traqueostomia
•Treinamentos
•Outros
A EXECUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INCLUI:
Preparo do paciente, do material e do ambiente; Orientação quanto aos procedimentos; Observação e controle do paciente até o término do procedimento; Limpeza do material e ordem do ambiente após o término do procedimento; Registro quanto à execução, reações etc.




Benefícios da globalização para a enfermagem.

Por Andréa Cavalcante da Silva.

No decorrer dos últimos trinta anos, pudemos presenciar diversas melhorias na condição de vida da população, como o desaparecimento de doenças materno-infantis e a melhoria expressiva nos indicadores de mortalidade infantil. Por outro lado, também presenciamos o regresso em força de doenças que andavam esquecidas das mentes. (por exemplo: a tuberculose). Ao mesmo tempo, fomos conhecendo a existência de doenças novas como o HIV/AIDS.
Nos dias de hoje, os avanços da ciência e as mudanças no perfil das doenças na nossa população têm-se processado a um ritmo cada vez mais acelerado. Há poucas décadas atrás, a diminuição da mortalidade por doenças infecto-contagiosas era prioritária. Atualmente, essa realidade é completamente diferente: a mortalidade por causas externas é um problema de saúde pública ao lado das decorrentes de doenças dos aparelhos circulatório e respiratório, além das neoplasias.
A saúde na era da globalização destaca vários pontos positivos no campo da comunicação e da biotecnologia, transformando o enfermeiro e o capacitando para atuar em diversas áreas dentro da saúde. A extensão e a cobertura que engloba o serviço de saúde hoje, é bem diferente de trinta anos atrás onde poucos tinham acesso á serviços de saúde e a remédios industrializados, hoje temos o SUS que é um programa modelo e que beneficia a classe dos enfermeiros, pois graças a globalização a classe pode se expandir tanto na aréa de conhecimento como na aréa de atuação.
Pontos favoráveis:
*A implantação do SUS; (Requer mais profissionais no mercado)
*A quantidade, a qualidade e a rapidez com que as informações chegam; (As informações ajudam a responder as questões sociais, garante a formação profissional e ajuda a criar maneiras de prevenir ou até sanar problemas de saúde com rapidez e eficiência)
*O aumento de PSF, que faz parte do programa modelo do governo; (obriga os profissionais a se capacitarem para enfrentar a demanda que hoje está muita , eles tem hoje a consciência de que precisa se englobailizar, pois não sendo dessa forma fica defasado.)
* Profissionais englobalizados buscam conhecimento inovador; (Para solucionar problemas ligados à realidade social do local onde ele atua.
*Informações colhidas através de censos e pesquisas mostram estatísticas sobre o perfil de saúde da população regional, estadual, nacional, e mundial, podendo assim atuar da melhor maneira possível na prevenção, e orientação visando obter qualidade na saúde.




Cuidado e Humanização na Enfermagem: Reflexão necessária.

Por, Andréa Cavalcante da Silva

Para humanizar em Enfermagem é preciso ter o conhecimento cientifico e ser eficiente na técnica do cuidar além de ter os olhos voltados para o conhecimento do outro como a si próprio. Pois o Enfermeiro existe porque alguém precisa de cuidado, se não fosse assim não precisaria de tantos profissionais de saúde.
Humanizar em enfermagem tem como objetivo de adquirir a confiança do paciente para que o cuidado seja satisfatório. O profissional tem que adotar medidas que deixe claro para o enfermo que a sua posição é de mediador e colaborador entre a doença e a saúde criando assim uma relação onde haverá respeito e confiança, o que tornará a terapêutica menos dolorosa e sofrida, uma vez que o ambiente hospitalar em si gera apreensão, desconforto, angústia e medo, a conduta do Enfermeiro é dialogar com esse enfermo esclarecendo as dúvidas sobre seu quadro clínico, sua evolução e sobre os procedimentos que serão realizados, criando assim um vínculo que irá beneficiar a ambos, pois o paciente que confia no profissional não esconde o que sente ou o que o levou à condição de enfermo.
A condição de enfermo gera sentimentos de incapacidade, dependência, insegurança e a sensação de perda de controle sobre si mesmo. Estar na condição de internado em unidade hospitalar, longe de sua família e de seus hábitos, revela a fragilidade do ser em questão, que se vê exposto não só as condições físicas como também emocionais, este paciente se sente invadido por profissionais acostumados com a profissão que ignoram a necessidade de pedir autorização ou até informar o procedimento que será realizado.
O sentido usado na palavra humanizar revela ser esta uma forma de reciclar, renovar os conhecimentos do cuidador para que o cuidado não seja tão banalizado.
A relação entre profissionais de saúde, usuários, instituições e cuidadores requer um ambiente em que todos podem sugerir melhorias, visando curar a desumanidade que é o mal maior da humanidade.
O texo nos mostra uma realidade na área de saúde que vem sendo muito criticada, e precisa que nós, na condição de futuros profissionais, estejamos atentos para não cometer os mesmos erros, uma vez que no âmbito da nossa profissão devemos preservar o máximo possível o cliente, fornecendo cuidado, atenção e respeito como ser humano, sendo assim vamos olhar as críticas e torná-las um instrumento de observação para nossa conduta. Entre outros temas este merece atenção especial dos estudantes de enfermagem, uma vez que este texto está direcionado para esses profissionais para que estes se empenhem em melhorar a qualidade do serviço prestado.